Já se foi o tempo em que as farmácias e drogarias eram procuradas apenas por pessoas doentes em busca de remédios. Hoje é cada vez maior o número de consumidores que compram produtos de beleza e de higiene pessoal nesses estabelecimentos. Entre os goianienses, esse hábito é ainda mais frequente que na média nacional. É o que revela o 1º Levantamento Nacional do Perfil de Compradores em Farmácias, realizado pelo Instituto de Pós Graduação para Farmacêuticos (ICTQ) em parceria com o Instituto Datafolha.
A pesquisa, feita em 12 capitais brasileiras, inclusive Goiânia, ouviu 1.611 pessoas e traçou um perfil dos hábitos de consumo nas farmácias. As mulheres são as maiorias frequentadoras das farmácias e drogarias (60%) e 82% são classes B e C. Outra conclusão importante do levantamento é que o consumidor está dando importância à presença do farmacêutico na farmácia, que ajuda na escolha do produto correto.
ATENDIMENTO
É cada vez mais variada a cesta de produtos que o consumidor compra nas farmácias e drogarias. A comerciária Thais Morais da Silva conta que costuma adquirir produtos como xampu, condicionador, hidratantes, absorventes, água oxigenada e descolorantes na farmácia que fica em frente ao seu local de trabalho. “Opto pela farmácia pela maior comodidade. Nunca tem filas e a atendente ajuda a escolher o produto mais adequado para mim”, justifica.
Para Thaís, muitos produtos também são mais baratos nas farmácias que nos supermercados. A atendente da farmácia, Paula Camila de Morais, conta que sempre recebe os clientes com uma cestinha, para incentivar uma compra maior.
O diretor executivo do ICTQ, Marcus Vinícius Andrade, informa que o levantamento inédito visa contribuir para evolução do mercado farmacêutico do Brasil, apresentando um olhar mais real das demandas deste mercado. Segunda ele, o estudo buscou evidenciar aspectos importantes do perfil do consumidor de medicamentos no Brasil. “Assim, podemos trabalhar melhor os desafios que existem e atuar como promotores de mudanças na perspectiva dos profissionais e das empresas do setor”, justifica.
Para ele, o fato de Goiás contar com um pólo de cosméticos também pode influenciar na venda desses produtos nas farmácias e drogarias. A maioria dos frequentadores desse comércio varejista fazem compras mensalmente ou quinzenalmente. “Essa frequência tem crescido justamente por causa da maior procura por produtos de higiene e beleza”, destaca.
Marcus Vinícius considera uma surpresa o alto grau de importância da figura do farmacêutico dentro dos estabelecimentos, na visão do consumidor local, com o crescimento dos medicamentos genéricos e similares no mercado.
AUXÍLIO
Atualmente, existem cerca de 2.400 drogarias e farmácias em Goiás, sendo 700 em Goiânia. O presidente do Sindicato do Comércio de Produtos Farmacêuticos no Estado (Sincofarma – GO), João Aguiar, prevê um aumento significativo nas vendas de produtos de beleza e higiene pessoal nos estabelecimentos. Para ele, isso é resultado da maior comodidade que o consumidor encontra nas farmácias, onde há informações mais precisas sobre os produtos. “Os atendentes sempre ajudam a tirar dúvidas dos clientes sobre o produto mais adequado”, destaca.
João Aguiar lembra que em outros tipos de estabelecimento, como supermercados, não há este apoio de um atendente melhor informado para ajudar o consumidor. Entre os produtos de higiene e beleza mais vendidos estão xampus, desodorantes, cremes, hidratantes, tinturas de cabelo e protetores solares. “São produtos que também ajudam na venda de medicamentos”, afirma. Já a venda de alimentos e bebidas ainda não é comum nesses locais na capital.
Na rede DrogaMárys, que conta com 21 lojas em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo, os produtos de higiene e beleza respondem por 30% das vendas. O gerente de compras da rede, Jader Fernandes, informa que, há cerca de sete ou oito anos, essa participação oscilava entre 15% e 20%. De acordo com ele, os produtos mais procurados dão dermocosméticos, como cremes antirrugas. “Até mesmo os homens estão mais vaidosos e comprando mais esses produtos”, revela Jader.
Ele explica que a pessoa que vai à farmácia comprar um remédio, muitas vezes se lembra de que está precisando de um xampu, condicionador ou maquiagem. “Por isso, geralmente procuramos trabalhar com preços mais atrativos para essas linhas, fazendo promoções de produtos”.
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