sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Genéricos geram economia de quase 300%

Após 12 anos da criação da lei que permite a comercialização de medicamentos genéricos, os consumidores estão menos receosos em utilizá-los, o que tem aumentado a procura. Consequência dessa lógica é a queda dos preços da categoria. Atualmente, em Goiânia, preferir o genérico pode representar economia de até 284,18%, em média. A conclusão vem da pesquisa realizada pelo Procon Goiás, que visitou, entre os dias 9 e 17 de agosto, 12 estabelecimentos (farmácias e drogarias), para comparar o valor cobrado por 13 tipos de remédios, num total de 50 itens, tantos os produtos de referência quanto os similares e genéricos.

Foram verificadas as variações entre menor e maior preço, além da diferença entre os valores cobrados pelo genérico e o de marca. A maior discrepância foi encontrada no Novalgina, de 500 mg/ml, em gotas, 20 ml e o seu correspondente genérico, Dipirona de 500 mg/ml, em gotas, 20 ml. Sendo 284,18% mais cara, a opção pela marca fica por R$ 12,92, em média, enquanto que o produto de outro laboratório genérico mostrou média de R$ 3,10.

A economia que isso representa foi percebida pela dona de casa Albertina de Alencar há 4 anos, quando ela passou a substituir os remédios de marca que utilizava para combater a pressão alta pelos genéricos. "O cardiologista continua passando o caro até hoje, mas eu insisto nos genéricos. Enquanto só um de marca custa R$ 100, eu gasto R$ 40 em dois genéricos." Comprar Novalgina também não é mais um hábito. "Hoje, só uso Dipirona, porque é a mesma coisa, e fica bem mais em conta", ressalta.

Compartilha do mesmo costume a aposentada Espedita Carlos de Oliveira, 73, que escolhe os genéricos há 10 anos, em especial, aqueles de uso contínuo, para controlar o diabetes. Ela se diz satisfeita com a opção. "Deu muito certo para mim. Hoje, receito para todo mundo, inclusive para minha filha que, há três anos, também só compra o genérico", afirma. Para ela, o preconceito tem que diminuir. "São medicamentos bons. Já tomei caríssimos e não valeram de nada. Antes, eu só queria os melhores, de marca, por medo. Meu filho, que tem farmácia, diz que quem me via falando dos genéricos anos atrás não acredita que os uso agora", explica ela.

A redução do receio inicial dos consumidores tem comprovação nas farmácias e drogarias. O gerente da Drogaria Dinâmica, Leonardo Costa Ferreira, confirma que a procura aumentou muito nos últimos anos, devido, principalmente, ao maior esclarecimento da população. "Hoje em dia, até os médicos têm receitado o princípio ativo ao invés dos medicamentos de marca. E, assim, os clientes foram se adaptando com o, até então, desconhecido", analisa. De acordo com ele, em dois anos, as vendas dos genéricos avançaram 30%. "No momento, 60% de nosso estoque é dessa categoria."

Valores diferentes

Além das variações entre os medicamentos de referência e genéricos, a pesquisa também aponta a importância de pechinchar. "Percebemos que os medicamentos genéricos podem representar grande economia no bolso, mas é bom o consumidor ficar atento, pois um genérico produzido por um mesmo laboratório, pode, também, apresentar preços diferentes entre as drogarias e farmácias, daí a necessidade de pesquisar", afirma o gerente de Pesquisa e Cálculo do Procon, Gleidson Tomaz.

Entre os genéricos, a maior diferença de preço encontrada foi do Salbutamol, 2mg/5ml (xarope,120ml), com 202,31% de variação, entre R$ 3,93 e R$ 1,30. Em seguida, destaca-se a Dipirona Sódica, 500 mg/ml, gotas de 20ml, pela qual foram cobrados R$ 6,30 e R$ 2,38, diferença de 164,71%. Os de referência chegaram a variar 375,32%, no caso do Peprazol (omeprazol), 10 mg - 14 cápsulas, no qual o maior preço foi de R$ 60,27 e o menor, R$ 12,68. R$ 47,59 em valor absoluto. Além dele, uma grande diferença, de 207,22%, foi constatada no Novocilin (Amoxicilina), 500 mg - 30 cápsulas, com valores entre R$ 10,80 e R$ 33,18.

Orientação

De acordo com o Procon, os genéricos são iguais aos medicamentos de referência e possuem qualidade, eficácia terapêutica e segurança comprovadas através de testes científicos. Todos são registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Fonte:Protec

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