Faltou refrigerante, sorvete ou tintura de cabelo? Precisando comprar uma sandália, bola de futebol, calcinhas? Corra para a farmácia mais próxima e resolva seu problema! Sim, todos os itens listados acima são possíveis de se encontrar nas farmácias de Salvador. Esses e mais alguns, tão inusitados quanto.
Enquanto para o dicionário Aurélio, farmácia é o “estabelecimento onde se preparam e vendem medicamentos”, para o baiano é o estabelecimento onde também se preparam e vendem medicamentos. Para 85% deles, as farmácias são vistas como minimercados, lojas de cosméticos ou loja de conveniência, segundo uma pesquisa realizada pelo Datafolha/ICTQ - Pós Graduação para Farmacêuticos em 12 capitais brasileiras. Apenas 15% dos entrevistados disseram enxergar as drogarias como um estabelecimento de saúde.
Salvador também é a capital onde mais se consome alimentos e bebidas nas farmácias. Segundo o levantamento, 14% dos soteropolitanos compram esse tipo de produto nas drogarias, o dobro da média nacional, que é de 7%. Outros 38% disseram comprar cosméticos e 25% produtos de higiene pessoal. A capital baiana também é onde a população menos compra remédios nesses estabelecimentos: 82%, contra 88% da média nacional.
“O cliente vem comprar um remédio, aproveita e leva outra coisa. Os itens de perfumaria são os que mais saem”, contou o vendedor Nascimento Santos, da Farmácia Sant´Anna do Canela. Por lá é possível encontrar leite em pó, mamadeira, esmalte, tintura de cabelo, balas e biscoito recheado.
São produtos até convencionais se comparados às opções da Pague Menos da Marquês de Caravelas, na Barra. Além de todas as mercadorias já citadas, lá o cliente também encontra Nescauzinho, pilha, papinha de bebê e até lib (sutiã adesivo que não aparece em roupas decotadas). A gerente Márcia Santos acha pouco. “A gente já vendeu até Miojo aqui”, ri.
Segundo ela, a venda de produtos não relacionados à saúde surgiu de uma demanda dos próprios clientes. “O pessoal chegava aqui pedindo. Tem gente que vem aqui só para comprar essas coisas, porque a fila do mercado é muito grande”, conta. A farmácia fica em frente ao Bompreço, mas muita gente prefere pagar um pouco mais para evitar o estresse.
“Estou de passagem, mas deu fome. Aí eu comprei isso aqui”, explicou o estudante João Pedro Militão, que segurava uma lata de guaraná e um pacote de biscoitos Passatempo. Os produtos foram adquiridos na farmácia Drive Thru, na Graça, onde também são vendidas maquiagem e palmilhas esportivas.
Tendência
O diretor executivo do ICTQ, Marcus Vinicius Andrade, diz que o movimento das farmácias diversificarem seus produtos é uma tendência nacional. “No início do século passado, a farmácia era consultório médico, e onde se fabricavam os remédios. Mas isso foi evoluindo com a legislação e com a chegada das grandes redes farmacêuticas”. Segundo ele, vender outros produtos foi uma maneira que as farmácias encontraram para reequilibrar as receitas e despesas.
Por causa disso, as associações de farmácias lutaram quando, em 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) restringiu a venda em drogarias a medicamentos, cosméticos, produtos de higiene pessoal, plantas medicinais e alimentos específicos para dietas especiais. Em 2010 os representantes do setor conseguiram na Justiça autorização para a venda de itens de conveniência. Mas só por um tempo. Em teoria, a venda de produtos não relacionados à saúde continua proibida. “Mas a fiscalização não é eficiente”, diz Marcus.
O vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos da Bahia (Sincofarma), Carlos Andrade, defende que a agência não interfira nessa questão. “Quem tem que decidir o que quer comprar na farmácia é o cliente. Quem manda no mercado não é o dono do estabelecimento, é o consumidor”, afirma.
Segundo ele, esse é um caminho sem volta, uma tendência do mundo inteiro. “Antigamente, só se comprava remédio na farmácia. Hoje temos um modelo americano, a drugstore. O sentimento de farmácia mudou e não tem por que a gente não acompanhar isso”, completa.
A pesquisa também mostrou que os produtos que mais chamam atenção nas farmácias de Salvador ainda são os medicamentos, com 55% das respostas. Em seguida, vêm os cosméticos (21%), produtos de higiene pessoal (18%) e alimentos e bebidas (6%). Não há nenhuma referência a bolas de futebol ou calcinhas.
Em outro item, 97% dos soteropolitanos disseram achar importante ou muito importante a presença de um farmacêutico nas drogarias. A pesquisa ouviu 1,8 mil pessoas em 12 capitais brasileiras, três delas do Nordeste: Salvador, Recife e Fortaleza. Segundo o diretor Marcus, as entrevistas foram feitas de forma aleatória, em lugares de grande fluxo de pessoas.
Fonte: Correio da Bahia- ICTQ/ Data Folha
Enquanto para o dicionário Aurélio, farmácia é o “estabelecimento onde se preparam e vendem medicamentos”, para o baiano é o estabelecimento onde também se preparam e vendem medicamentos. Para 85% deles, as farmácias são vistas como minimercados, lojas de cosméticos ou loja de conveniência, segundo uma pesquisa realizada pelo Datafolha/ICTQ - Pós Graduação para Farmacêuticos em 12 capitais brasileiras. Apenas 15% dos entrevistados disseram enxergar as drogarias como um estabelecimento de saúde.
Salvador também é a capital onde mais se consome alimentos e bebidas nas farmácias. Segundo o levantamento, 14% dos soteropolitanos compram esse tipo de produto nas drogarias, o dobro da média nacional, que é de 7%. Outros 38% disseram comprar cosméticos e 25% produtos de higiene pessoal. A capital baiana também é onde a população menos compra remédios nesses estabelecimentos: 82%, contra 88% da média nacional.
“O cliente vem comprar um remédio, aproveita e leva outra coisa. Os itens de perfumaria são os que mais saem”, contou o vendedor Nascimento Santos, da Farmácia Sant´Anna do Canela. Por lá é possível encontrar leite em pó, mamadeira, esmalte, tintura de cabelo, balas e biscoito recheado.
São produtos até convencionais se comparados às opções da Pague Menos da Marquês de Caravelas, na Barra. Além de todas as mercadorias já citadas, lá o cliente também encontra Nescauzinho, pilha, papinha de bebê e até lib (sutiã adesivo que não aparece em roupas decotadas). A gerente Márcia Santos acha pouco. “A gente já vendeu até Miojo aqui”, ri.
Segundo ela, a venda de produtos não relacionados à saúde surgiu de uma demanda dos próprios clientes. “O pessoal chegava aqui pedindo. Tem gente que vem aqui só para comprar essas coisas, porque a fila do mercado é muito grande”, conta. A farmácia fica em frente ao Bompreço, mas muita gente prefere pagar um pouco mais para evitar o estresse.
“Estou de passagem, mas deu fome. Aí eu comprei isso aqui”, explicou o estudante João Pedro Militão, que segurava uma lata de guaraná e um pacote de biscoitos Passatempo. Os produtos foram adquiridos na farmácia Drive Thru, na Graça, onde também são vendidas maquiagem e palmilhas esportivas.
Tendência
O diretor executivo do ICTQ, Marcus Vinicius Andrade, diz que o movimento das farmácias diversificarem seus produtos é uma tendência nacional. “No início do século passado, a farmácia era consultório médico, e onde se fabricavam os remédios. Mas isso foi evoluindo com a legislação e com a chegada das grandes redes farmacêuticas”. Segundo ele, vender outros produtos foi uma maneira que as farmácias encontraram para reequilibrar as receitas e despesas.
Por causa disso, as associações de farmácias lutaram quando, em 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) restringiu a venda em drogarias a medicamentos, cosméticos, produtos de higiene pessoal, plantas medicinais e alimentos específicos para dietas especiais. Em 2010 os representantes do setor conseguiram na Justiça autorização para a venda de itens de conveniência. Mas só por um tempo. Em teoria, a venda de produtos não relacionados à saúde continua proibida. “Mas a fiscalização não é eficiente”, diz Marcus.
O vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos da Bahia (Sincofarma), Carlos Andrade, defende que a agência não interfira nessa questão. “Quem tem que decidir o que quer comprar na farmácia é o cliente. Quem manda no mercado não é o dono do estabelecimento, é o consumidor”, afirma.
Segundo ele, esse é um caminho sem volta, uma tendência do mundo inteiro. “Antigamente, só se comprava remédio na farmácia. Hoje temos um modelo americano, a drugstore. O sentimento de farmácia mudou e não tem por que a gente não acompanhar isso”, completa.
A pesquisa também mostrou que os produtos que mais chamam atenção nas farmácias de Salvador ainda são os medicamentos, com 55% das respostas. Em seguida, vêm os cosméticos (21%), produtos de higiene pessoal (18%) e alimentos e bebidas (6%). Não há nenhuma referência a bolas de futebol ou calcinhas.
Em outro item, 97% dos soteropolitanos disseram achar importante ou muito importante a presença de um farmacêutico nas drogarias. A pesquisa ouviu 1,8 mil pessoas em 12 capitais brasileiras, três delas do Nordeste: Salvador, Recife e Fortaleza. Segundo o diretor Marcus, as entrevistas foram feitas de forma aleatória, em lugares de grande fluxo de pessoas.
Fonte: Correio da Bahia- ICTQ/ Data Folha
Nenhum comentário:
Postar um comentário